quarta-feira, 23 de julho de 2014

Para um verdadeiro/a folclorista.



         Coisas que um verdadeiro/a folclorista não deve usar e ter em conta.
       Pois só assim pode representar dignamente as vivências dos nossos antepassados.

          -Não usar maquilhagem; 
          -Não usar relógios ou fitas nos pulsos e tornozelos;

 
  
     - Não colocar telemóveis visíveis nas algibeira
   - Não usar óculos de sol; 
   - Não pintar as unhas, nem usar unhas de gel;
   - Não mastigar pastilha elástica;
   - Não fumar as mulheres trajadas;
   -Não colocar piercings na cara e orelhas ou colares modernos ao pescoço;
   - Não levar as chinelas na mão; 
   - Não  usar elásticos para prender as chinelas;



- Não usar sapatos de pano ou sapatilhas ; 
- Não calçar meias ou peúgas mais curtas que as saias;
 -Não usar calças de ganga;
- Não colocar a algibeira por cima do avental;
- Não dispor o ouro por baixo da cintura;
- Não usar saiotes mais compridos que as saias;
- Não usar saias curtas ;
- Não deixar o cabelo solto;
- Não usar mais que um par de brincos;
- Não trazer anéis modernos;

   SIM:
 - A  algibeira é colocada do lado direito;
 - Usar lenço da cabeça e do peito com franjas nos trajes de lavradeira;
 - Apenas retirar o lenço da cabeça e o calçado na altura de retirar todo o traje;
 - Sentir orgulho no traje que enverga;
 - Sorrir com alegria;
 - Ser simpática/o com os fotógrafos e com toda a gente;
 Mais coisas há com certeza que não se devem fazer ou usar mas aqui fica o excencial.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Um elogio que merece ser feito



As pessoas mais atentas às temáticas deste blogue têm com certeza reparado que elas, a maioria, são dirigidas á organização do movimento folclórico português e á postura de certos agrupamentos que se dizem etnográficos e folclóricos, mas desta vez resolveu-se virar a agulha e fazer um elogio a um jovem que bem merece. Mas este elogio é um de muitos que talvez aqui se vai fazer a variadas pessoas.

E este primeiro elogio como se disse vai inteirinho para um jovem que muito novo veio para o movimento folclórico e cuja sua ascensão é notória. Chama-se Sidónio Daniel Pereira e é responsável máximo pelo Grupo Folclórico da Casa do Povo de Serzedelo-Guimarães, jovem licenciado em engenharia civil e ambiental, oriundo de uma família de agricultores humildes e trabalhadores. Seu Avô Joaquim Pereira, foi um dos fundadores do Grupo Folclórico da Casa do Povo de Serzedelo -Guimarães, seus filhos seguiram-lhe os passos foram e são folcloristas salientando-se o filho António Pereira componente e dirigente actual do Grupo Folclórico Regional e Agrícola de Pevidém e Abel Pereira componente actual do Grupo Folclórico da Casa do Povo de Serzedelo este último é o pai do jovem que se vai elogiar. 


Sidónio Daniel ainda muito jovem chegou ao Grupo Folclórico pela mão de seus pais componentes do grupo da Casa do Povo na altura e ainda actualmente, jovem que se destaca pela simplicidade e com a humildade de ouvir os mais velhos e os mais novos, jovem sempre disposto a ajudar e a trabalhar em prol do grupo e do movimento folclórico, não é por acaso que a sua ascensão é meteórica, pois faz parte da Associação de Etnografia e Folclórica de Guimarães e é o responsável máximo do Grupo Folclórico da Casa do Povo de Serzedelo de -Guimarães, prima como se disse pela simplicidade e a humildade, pois ouve-se muitas vezes ele dizer aos seus colegas no inicio de um evento, como forma de incentivo “divirtam-se, gozem o momento”.



 O grupo Folclórico de Serzedelo desde a sua entrada para responsável máximo tem também tido uma acensão notável na representação, participou na capital Europeia da Cultura com o evento “ Tempo de Criar “reconhecido na altura pela crítica da especialidade como um evento de grande qualidade e representatividade, participou no Desfile do Traje em Guimarães integrado na capital europeia da Cultura promovido pela Federação de Folclore Português, o grupo também foi convidado para estar presente na entrega dos Óscares Mundiais de Folclore em Guimarães, teve também uma participação elogiada em várias deslocações ao estrangeiro nomeadamente em Mónaco mais propriamente em Beausollei pela autoridade religiosa local pela participação do grupo folclórico numa Eucaristia. Jovem sem ponta de vaidade e sem tiques de ditador, Sidónio Daniel consegui fazer do grupo uma família, claro que escolheu colaboradores da sua confiança que também têem de ser destacados, desde o secretário Joel Ferreira, ao tesoureiro Alberto Alves á responsável pela manutenção dos trajes Conceição Couto ao ensaiador Domingos Mendes, mas sua simplicidade e a sua forma de lidar com todos os componentes granjearam-lhe respeito e admiração e dedicação de todos, jovem com ambição de fazer sempre mais e melhor. Por isso este elogio a este jovem é merecido pois é dever de quem gosta de etnografia e folclore destacar estas pessoas que muito têem contribuído com o seu trabalho, para que a representação das vivências, dos usos e costumes dos nossos antepassados não sejam esquecidos e de uma forma mais ou menos fiel sejam representadas dignamente, o que a cultura deste país muito agradece.  


Por isso podem ficar descansados os dirigentes mais velhos do movimento folclórico, que a sua sucessão um dia será assegurada com gente de valor, pois jovens como este existem muitos embora anónimos neste lindo nosso Portugal.

Lenço Tabaqueiro



Desde que o Homem sentiu a necessidade de se cobrir e agasalhar, começou a partir de folhagem e peles de animais por criar as peças de vestuário de que necessitava. Caso pretendêssemos recuar a esse tempo na reconstituição dos usos e costumes dos nossos ancestrais, esse seria certamente o primeiro traje que nos caberia reproduzir. Porém, à medida que as sociedades humanas evoluíram, foram surgindo novos hábitos e o vestuário deixou de constituir apenas uma necessidade básica para se tornar um meio de afirmação pessoal no contexto da sociedade como de comunicação.

O traje acompanhou a evolução da sociedade através dos tempos e a moda tornou-se uma indústria altamente rentável. Se o advento da era industrial trouxe consigo a produção em escala e o pronto-a-vestir que teve como consequência a uniformização do modo de vestir em detrimento dos costumes locais, a chamada alta-costura procura actualmente satisfazer a necessidade de uma classe endinheirada que exige a produção de uma moda individualizada. Os criadores de moda, não raras as vezes inspirados em motivos étnicos, dão voltas à cabeça para conceber uma nova peça de vestuário, por vezes tão arrojada quanto o grau de loucura de quem a encomenda. Contudo, se o cliente se atrever a usar o vestuário de maneira inapropriada ou descontextualizada, corre o sério risco de ser-lhe diagnosticado um comportamento esquizofrénico. Ninguém imagina certamente um agricultor, de fato e gravata, lavrando a terra ou um professor vestindo pijama na sala de aulas.


Vem isto a propósito do uso que é dado ao chamado lenço tabaqueiro o qual, não raras as vezes, apresenta-se enrolado ao pescoço dos componentes masculinos de alguns grupos folclóricos. Outros, porém, em meu entender de forma mais apropriada, optam por exibi-lo à cinta ou no bolso.

 Como era usado o lenço tabaqueiro

O lenço tabaqueiro surgiu entre nós, como um acessório, no início do século XVII, em consequência directa do consumo do tabaco, hábito trazido pelos espanhóis do continente americano. O tabaco era consumido pelos povos indígenas que acreditavam nos seus poderes medicinais, razão pela qual o consumiam em ocasiões cerimoniais. Uma vez introduzido na Europa, o tabaco era mascado ou aspirado sob a forma de rapé, tornando-se um hábito social que perdurou até aos finais do século XIX, altura em que se começou a generalizar o consumo do tabaco sob a forma de cigarros.

O consumo do rapé consistia em levar o tabaco em pó às narinas a fim de ser fortemente aspirado, gesto que invariavelmente provocava o espirro ou o pingo no nariz, sendo então considerado um óptimo estimulante nasal. Esta reacção requeria naturalmente o uso de um pano, geralmente de algodão, para efeitos de higiene pessoal, o qual era então colocado à cinta ou pendurado no bolso. Com o tempo, o rapé entrou em desuso e o lenço, por razões de decoro, passou a ser dobrado e guardado no bolso.


Nota; (Há também teorias que dizem que o lenço também servia para guardar da melhor forma o rapé no bolso.)


 Este nada tem a ver com o costume entretanto surgido do uso de um lenço de seda ao pescoço, o qual se apresenta em substituição da secular gravata, nem tão pouco o lenço de cabeça outrora utilizado pelas mulheres.


                      Nota; Achei este artigo do meu amigo Dr. Carlos Gomes, muito interessante e como tal resolvi publica-lo novamente, por isso peço ao meu amigo as máximas desculpas de o fazer sem sua autorização.