quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A Religiosidade do Povo e o Folclore em Portugal




Com o devido respeito e de uma forma pedagógica, aqui reproduzo, para um melhor entendimento dos usos e costumes de então:
Esta imagem retracta com clareza uma missa do século passado.
O mobiliário da Igreja não contemplava bancos para o povo, quem tinha o seu banquinho próprio deixava-o na igreja.

A disposição de género era mesmo assim, , os homens estavam sempre com a cabeça descoberta, enquanto a mulher tinha de estar eximiamente com a cabeça coberta, até a mais nova rapariga entrava de cabeça coberta. Os tons usados da roupa para ver a Deus eram sobretudo escuros, não se vendo saias claras, nem xailes coloridos, pois na Igreja pretendia-se recato para a penitência e não luxúria nem extravagâncias.

 As missas eram em Latim, a Doutrina pós-Concílio de Trento. Qualquer interessado, e pessoa que se devote à pesquisa da essência do nosso povo não pode, nunca esquecer toda uma Doutrina, e influências religiosas que moldaram o viver do nosso povo durante séculos. Serve então este texto  para alertar para isso mesmo: não só alertar para o que havia de 'religiosidade popular' mas também quais eram os ensinamentos, Doutrina e funcionamento da Igreja à época. Folclore também é o estudo e divulgação da religiosidade ancestral do nosso povo.


 A representação histórica da cultura do nosso povo é fundamental para percebermos as nossas raízes, a nossa identidade. Somos assim porque nascemos assim, porque o nosso povo nos ensinou a ser assim, porque os nossos pais, os nossos avós nos transmitiram crenças e valores e nos apontaram caminhos. 
Daí que os grupos de folclore tenham uma missão e essa missão deve ser respeitada. Ao ser envergado, um trajo tem um significado, um valor intrínseco, pelo que os componentes que o vestem estão a representar uma época, uma personagem, uma cultura, um modo de pensar, de agir, de sentir. Há coisas boas e más no passado. Mas todos temos uma ligação com ele. A Igreja também tem fortes ligações com o passado. A história é económica, é cultural, é social, mas também é religiosa .

sábado, 15 de agosto de 2015

Conceitos e Fundamentos



(Nota ;Este  titulo e  as fotos  não são do autor)


Autor ; Custódio Rodrigues


Afinal muita coisa há ainda a fazer no movimento folclórico em Portugal, a julgar pelas recentes escaramuças protagonizadas por alguns defensores do folclore-pimba e outros indivíduos mais esclarecidos que não se revêem de jeito algum na pouca-vergonha que continua a colocar o país no rol do anedotário europeu em termos da cultura popular tradicional, vertente onde aliás somos muito fortes devido ao vasto espólio que ainda conservamos, fruto de um largo período de estagnação tecnológica, industrial, social e cultural em relação aos restantes parceiros europeus, por culpa da política fascista do Estado Novo.


Quando por diversas vezes tive que soletrar o B, A, Ba do Folclore, aflorar temas primários onde assentam as bases de trabalho para a pesquisa e preservação das nossas tradições ancestrais, houve por aqui distintas figuras que ficaram muito melindradas pela repetição contínua de temas já ultrapassados, diziam. Afinal toda essa retórica foi/é notoriamente insuficiente ou as mensagens não conseguem passar, para elucidar convenientemente os agentes que proliferam e demandam no movimento folclórico do nosso país. Vide as declarações avulsas e gratuitas da parte de gente sem formação e educação, quando alguém ousa criticar a miséria que alguns (muitos, muitíssimos) grupos/ranchos transportam e apresentam. É triste e dói ser maltratado por gente ignorante e sem princípios que arriscaria a dizer, transformam meros grupos de aeróbica em seitas do culto de histerismo do “Falklor”. Epá, as pessoas não sabem e não querem saber e ainda por cima são intratáveis, fazem da provocação e do insulto a sua arma de arremesso para combater quem lhe tenta incutir uma visão mais consentânea com a verdade das suas tradições. «Chiça… Cum Caraças…» que me fazem tirar do sério. Alturas há que quase perco as estribeiras e até agradeço não estar nesses momentos cara a cara com alguns desses «mens», não sei se não desceria ao seu nível (baixo) e resolveria alguns assuntos de acordo com a única lei que conhecem! Sinceramente!!!

A tarefa de pacificar e levar a água a bom porto com generalidade dos grupos não-alinhados (não filiados na FFP) é hercúlea. Torna-se muito complicado mudar quem não quer mudar uma virgula sequer ao seu registo, mesmo que lhe provem por A mais B que aquilo que fazem está errado. Eu, sinceramente não me acho mais esperto nem inteligente que ninguém, mas caramba, se me demonstrarem que estou a agir incorrectamente num qualquer acto, se me elucidarem e provarem que estou enganado, pelo menos vou comprovar e darei o benefício de dúvida a quem me aborda nesse sentido. Há gente mesquinha, mal-educada, estúpida até e não me alongo mais para não descer mais baixo na minha postura integra, educada e honesta.


Se existe uma ciência que estuda o fenómeno das tradições populares em Portugal, se existe um órgão que tutela o movimento organizado no país, se existem técnicos avalizados que informam e orientam quem não sabe e/ou tem dúvidas sobre o trabalho que desenvolve na área da pesquisa, filtragem, preservação e representação dos usos e costumes ancestrais do povo rural em Portugal, se existe informação quanto baste em plataformas especializadas no ciberespaço, se se realizam encontros, colóquios, congressos para discutir toda a problemática do folclore, se é dada a oportunidade a quem quer que seja, individual ou colectivo, de integrar a dita organização que tutela o movimento em Portugal mediante o cumprimento de determinados parâmetros que atestam do seu estado qualitativo, por que insistem em permanecer de olhos vendados e afastar as abordagens de forma violenta? Sejam humildes caramba, se não querem alinhar na onda, afastem-se e dispam-se de tudo o que os pode associar ao folclore.

Sejam eles próprios, assumam a sua independência da cultura popular tradicional, não enganem ninguém incluindo eles próprios. Se não querem ser verdadeiros com os seus antepassados, assumam-no perante o público ignorante mas ávido de cultura. Ou será que, se não se colarem ao FOLCLORE não têm a mínima chance de sobreviver? Deixo no ar esta questão e já agora, qual a solução para toda esta barafunda onde navega o nosso movimento?

 Caros amigos achei este texto de opinião muito interessante e como tal resolvi o publicar neste  Blogue, espero que alguém tire proveito dele.