sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Sobre os véus, noivos e missais



 Li um artigo de opinião no Jornal Folclore há tempos sobre o véu com muita atenção e estou de acordo com ele, pois como sabemos o véu era usado pela burguesia e parte da burguesia tinha capelas privadas e como tal não andavam com ele pelas ruas, li também que muitos grupos e ranchos de folclore não se apresentam com  noivos no seu elenco  e até concordo porque a minha avó me disse muitas vezes que casou de manhã e á tarde já foi trabalhar para o campo mais o meu avô e a roupa dela no dia do casamento era a que usava ao domingo porque não havia dinheiro para comprar uma nova. 

Temos também visto mulheres que se apresentam nos ranchos folclóricos com missais, acho isso uma aberração, pois a maior parte das mulheres nem sabiam ler nos tempos passados e como tal o missal não tem qualquer ligação á classe mais pobre porque é essa classe que o folclore representa maioritariamente porque os senhoras ricas que eram as que sabiam ler (mas nem todas também) e não se misturavam com a classe pobre, por isso eu acho que o véu não deve usado, mas está é a minha opinião, mas sim um lenço que era passado de geração em geração.

 Há muitas mulheres nos grupos e ranchos de folclore que usam lenços que eram das avós delas e por aquilo que sabe muitos desses lenços foram usados nos casamentos. Este é o resultado de uma pesquisa que eu também fiz e que merece maior consenso de varias pessoas que integram o movimento folclórico mas respeito quem possa ter uma opinião diferente da minha.

domingo, 31 de julho de 2016

Denúncia e Apelo



Somos um grupo de amigos do Concelho de Vila Nova de Famalicão que nos  reunimos várias vezes em  tertúlias  para analisar o estado do folclore em  Vila Nova de Famalicão  e numa dessas tertúlias estes dias um amigo teve esta expressão “ o Concelho de Vila Nova de Famalicão é um dos Concelhos mais mentirosos no folclore em Portugal ” claro como famalicense fiquei triste, mas tive de concordar com ele , porque segundo ele  tirando o Rancho Regional de Fradelos  a Rusga de Joane e  o Danças e Cantares de Joane e mais um ou outro o folclore dos restantes é uma mentira, de facto ele tem razão. 
  Não porque não tenham o apoio da autarquia e juntas de freguesias ,mas porque tem nas suas direcções dirigentes que não gostam de etnografia e folclore apenas são dirigentes por interesse e vaidade  , nessa tertúlia houve outro  amigo fez uma  denuncia de  uma tentativa de aliciamento de um desses dirigentes que lhe ofereceu  uma determinada verba boa para o nosso amigo fazer parte do rancho desse dirigente . Esse amigo teve o bom senso e recusou, apenas lhe perguntou “quanto ganhava lá um dançador já que ele pagava a uma pessoa para ser director mesmo sem ser eleito e sem ser sócio ” a resposta foi pronta desse dirigente “eles o que querem é dançar e não se importam com mais nada”.
  Caros amigos como famalicense fiquei extremamente triste e chocado com estas declarações e não deixei de lamentar esta situação, somos um concelho com vinte e tal ranchos mas na verdade a maior parte deles não tem qualquer cultura e representação folclórica, não como disse por falta de apoio da autarquia e juntas de freguesias, mas porque tem a dirigi-los gente sem escrúpulos sem o mínimo de vergonha na cara e a nossa conclusão foi unânime “esses dirigentes andam a destruir o legado dos nossos antepassados, já destruíram a Associação de Folclore Famalicense e vão destruir todo um lindo legado que existe em Famalicão se assim continuar ”senão vejamos aqui as mentiras que há em Famalicão e que as fotos documentam.




 Meus caros amigos famalicenses que gostam de etnografia e folclore vamos dar as mãos e unir-nos e vamos formar a uma associação de folclore no nosso concelho para que essa associação seja uma entidade reguladora do folclore famalicense e para que o nosso concelho seja um concelho em que as pessoas tenham orgulho de fazerem parte de um movimento folclórico concelhio que represente com dignidade as nossas raízes e os usos e costumes tradições dos nossos antepassados e que os jovens não tenham qualquer constrangimento de fazerem parte da família do folclore famalicense e assim engrossem as suas fileiras.  


   Nota;) Este texto foi elaborado por um grupo de  amigos famalicenses que se reúnem  várias vezes para falar e debater o estado de folclore em Vila Nova de Famalicão  .

sábado, 2 de julho de 2016

Permutas e Critérios nos Festivais de Folclore


O folclore debate-se actualmente com um problemas bastante sério que coloca em causa a credibilidade do trabalho daqueles que procuram realizá-lo com seriedade: a persistente falta de qualidade e representação de alguns grupos folclóricos. Não existe nenhum meio de impedir o aparecimento de grupos estranhos ao folclore. Mas cabe a todos que estudam e tentam preservar a cultura popular portuguesa neste caso a etnografia e o folclore, denunciar esses grupos estranhos que apenas  andam e a deturpar as vivencias os usos e costumes e tradições dos nossos antepassados  e a envergonhar toda a gente que ama a etnografia e o folclore .

Porém, os organizadores dos festivais nem sempre estão atentos a quem vão convidar e não procuram verificar a qualidade da sua representação. E, em consequência dessa forma descuidada e menos responsável, a participação de grupos que nada tem a ver com folclore e etnografia apenas vem descredibilizar a entidade organizadora do evento e os demais participantes no festival.
Esta situação prejudica também o movimento folclórico no seu conjunto, denegrindo o trabalho que é desenvolvido por muitos grupos folclóricos, etnógrafos e outras entidades ligadas ao folclore.
Por isso os organizadores de festivais devem ser mais criteriosos na escolha dos grupos participantes e na elaboração do programa.
 E quanto àqueles grupos folclóricos que desejam preservar a sua imagem, devem cuidar de saber previamente com quem vão partilhar o palco, as características do espectáculo e, se for caso disso, recusarem-se liminarmente a participar num evento que em nada os dignifica. Sem uma atitude firme, o folclore continuará a manter-se como parente pobre da cultura popular portuguesa  e sujeitar-se à conotação pejorativa de que tem sido alvo!